domingo, 24 de março de 2013

A colonização inglesa e a independência dos Estados Unidos


A primeira colônia inglesa na América foi na região da Virgínia, onde foi estabelecida uma colônia de assentamento. Chamava-se  Jamestown, por ser próxima ao rio James.

Aos poucos o processo de colonização britânico ganhou força com a política de cercamentos, que expulsou os pequenos agricultores de suas propriedades, forçando-os a buscar outras possibilidades no Novo Mundo. Ao mesmo tempo os conflitos religiosos que tomaram conta da Inglaterra após a reforma anglicana também motivaram a imigração dos puritanos ingleses para a América.

Em 1620, o navio Mayflower saiu da Inglaterra com um grupo de artesãos, pequenos burgueses, comerciantes e pequenos proprietários interessados em “fazer a América”, prosperar e praticar o protestantismo livremente. Naquele mesmo no fundaram a colônia Plymounth, atual Massachusetts, que logo se transformou no ponto inicial da chamada Nova Inglaterra.

Na região norte os colonos tiveram que superar grandes dificuldades para posteriormente consolidarem pequenas propriedades. Com uso de mão de obra livre, formaram-se comércios diversificados sustentados pela implantação da manufatura o que fez surgir um mercado consumidor.

Na região sul, as condições geográficas e climáticas, clima subtropical, solo fértil e planícies cortadas por rios navegáveis, fez surgir um modelo de colonização semelhante aos padrões ibéricos. Com o sistema de plantations, surgiram grandes propriedades monocultoras, produtoras de tabaco, algodão e arroz. A grande demanda de mão de obra favoreceu a adoção da mão de obra escrava.

A região central, de ocupação tardia, ficou caracterizada pela produção agropecuarista e manufatureira. As primeiras colônias centrais surgiam somente por volta de 1681 com a fundação das colônias do Delaware e da Pensilvânia.

O processo de independência

O sistema colonial começou a ruir. As ideias iluministas de direito à vida, à liberdade e à rebelião chegaram às colônias trazidas por jornais, livros, viajantes e jovens colonos que iam estudar na Europa. As primeiras a se revoltar foram as colônias inglesas da América do Norte.

A Inglaterra tinha pouco interesse por suas colônias americanas. Isso propiciou a liberdade de ação das colônias.

Mas uma grande mudança ocorreu após o fim da Guerra dos Setes Anos, em 1763. A Inglaterra saiu vitoriosa do conflito, porém para recuperar-se financeiramente após o período de guerra, voltou seus interesses as suas colônias norte americanas.

A princípio a Inglaterra decidiu regulamentar a ocupação das terras tomadas da França no fim da Guerra dos Sete Anos. Esse território ficava a oeste das 13 colônias, nos vales dos rios Ohio e Mississipi, e os colonos já tinham interesse nesse território, mas a coroa inglesa se opôs e declarou em 1763 que essas terras ficariam reservadas aos índios.

Os novos planos da Inglaterra incluíam reforços na cobrança de tributos. A primeira lei neste sentido foi a Lei do açúcar (1764), posteriormente a Lei do Selo (1765).

Os colonos não aceitaram as novas leis e começaram um movimento de boicote aos produtos ingleses. Diante do boicote dos colonos, os ingleses se viram obrigados a revogar as leis, mas insistiram em impor outras medidas que foram igualmente não aceitas pelos colonos.

Uma dessas novas medidas foi a Lei do Chá. Em protesto contra essa nova lei, em 1773 um grupo de colonos, disfarçados de índios, invadiram navios da Companhia das Índias e lançaram ao mar os carregamentos de chá. Esse episódio ficou conhecido como festa do chá de Boston. Em 1774 o governo britânico reagiu e fechou o porto de Boston até que os colonos pagassem o prejuízo à Companhia das Índias e aboliu as liberdades políticas de Massachusetts, eram as chamadas Leis Intoleráveis.

No mesmo ano, num primeiro congresso na Filadélfia as treze colônias decidiram boicotar novamente os produtos ingleses, porém desta vez o rei da Inglaterra George III, foi irredutível e manteve a cobrança de tributos.

Em abril de 1775, se iniciou então, uma guerra que duraria seis anos. A Guerra de Independência.

No ano seguinte, segundo congresso da Filadélfia, os deputados decidiram pela emancipação das colônias. Em 4 de abril de 1776, foi aprovada a Declaração de Independência, elaborada por Thomas Jefferson.
O exército dos colonos estava em desvantagem, porém França e Espanha forneceram apoio militar, visando prejudicar a Inglaterra. A guerra durou até 1781, quando os ingleses se renderam. Um acordo de paz foi assinado em Paris. Em 1783 a Inglaterra cedeu territórios a França e a Espanha e reconheceu a independências das treze colônias.

Em 1787, reunidos representantes das 13 ex-colônias aprovaram uma Constituição nacional e o novo país passou a se chamar Estados Unidos da América.

Os Estados Unidos inovou em adotar um regime político diferente dos países europeus. Instauraram uma República presidencialista e organizaram-se em uma federação. Isto garantia ampla autonomia dos Estados-membros, embora houvesse um poder central.

A Constituição possuía apenas sete artigos e era inspirada nos pensadores iluministas. Depois de aprovada a Constituição, elegeram o primeiro presidente, George Washington, que havia sido o comandante militar da Guerra de Independência.

A independência dos Estados Unidos foi um marco nos tempos modernos. Significou um golpe no sistema colonial, inspirou as outras colônias americanas à independência e contribuiu para a Revolução Francesa.


domingo, 17 de março de 2013

Reforma e Contra-Reforma Religiosa


Os movimentos religiosos conhecidos como Reforma, tinham ligação direta com o desenvolvimento do comércio e com a formação de uma nova classe social, a burguesia. Deu-se o nome de protestantismo a todos os movimentos que nesse período romperam com a Igreja Católica.

Causas da Reforma Protestante

O homem renascentista não era o mesmo homem do período feudal. Agora ele se tornara o centro das atenções. Os ideais renascentistas influenciaram muito o pensamento dessa época.
A crítica a Igreja por ter se distanciado dos ideais da igreja primitiva de humildade e pobreza. A igreja nessa época vivia no luxo, acumulando riquezas com a venda de relíquias tidas como sagradas e a cobrança de altos impostos dos camponeses.
A formação das monarquias nacionais, com um rei dominando um território nacional, aumentava o conflito com a igreja e diminuía a autoridade dela.
A questão do lucro. A igreja católica acumulava riquezas materiais através de artigos de luxo, obras de arte e terras, mas condenava o lucro como pecaminoso e os juros como roubo. Ora, a burguesia que buscava crescer acumulava sua riqueza exatamente no lucro e nos juros dos empréstimos. Era impossível conciliar essas posições, e as pessoas não queriam agir contra as leis divinas.
Os pregadores calvinistas difundiam a ideia de que aquele que ganhasse dinheiro legalmente e o acumulasse estava, na verdade, agindo segundo so caminhos de Deus.
O fator terras também foi importante. A igreja era uma das maiores detentoras de terra e os nobres viam nos movimentos de reforma uma oportunidade de se apropriarem dela.

O início na Alemanha

Enquanto a França, Portugal, Espanha e Inglaterra eram países unificados, com um rei no poder, a Alemanha não existia enquanto nação. Isso significa que não havia um poder central. Havia um imperador que exercia uma teórica autoridade, com pouquíssima força pública. Na verdade o poder estava distribuído sobre os pequenos estados dominados por príncipes, nobres e membros do alto clero.
A igreja católica representava tudo o que estava ligado às práticas feudais. Os impostos que a igreja mandava para Roma enfraqueciam ainda mais o poder do imperador. Ao mesmo tempo, a burguesia alemã, via a igreja como um sério obstáculo a suas atividades. Pois a igreja era a maior detentora de terras da Alemanha. Os camponeses também tinham motivos para discordar dos rumos da igreja católica, porque os impostos feudais cobrados eram muito pesados e exigiam duras jornadas de trabalho.
Foi neste contexto que surgiu a reforma protestante.

Lutero e as 95 teses contra o papado

Martinho Lutero era um monge agostiniano, bastante místico, que vivia na Saxonia, sob a proteção do príncipe Frederico. Ao entrar em contato com a ideias de humanistas como Erasmo de Roterdam e os escritos de Santo Agostinho e São Paulo, Lutero concluiu que de nada valiam os jejuns, as peregrinações e as boas ações em favor da Igreja ou a ajuda dos padres e santos para obter a graça divina; apenas a fé conseguiria salvar os homens.
Sua descrença na igreja aumentou muito no ano de 1517, quando o papa encarregou um padre de arrecadar dinheiro na Alemanha com a venda de indulgencias. Em outubro de 1517 afixou a porta da catedral onde era pregador as 95 proposições contra o papado. Passou então a ser perseguido pela Igreja e por isso recebeu maior proteção do príncipe da Saxonia. Durante o período em quem esteve foragido no castelo do príncipe, Lutero formulou as ideias básicas que deram origem a Reforma. Negava que a salvação do homem dependesse de obras materiais. Lutero achava que a única coisa capaz de salvar o homem do pecado era a fé. O homem não precisaria de intermediário para entrar em contato com Deus e o clero podia ser dispensado.
A ideia do livre exame era uma das mais importantes inovações de Lutero; todo homem poderia interpretar a Bíblia segundo sua própria consciência.
Os nobres alemães ficaram muito satisfeitos quando Lutero condenou a Igreja Catolica, pois isso lhes daria uma justificativa religiosa para tomar as terras do clero. Mas parte da nobreza, ligada a Igreja por interesses, reagiu aos bandos armados que investiam contra as terras eclesiásticas e as lutas se estenderam de 1522 a 1523. A Igreja conseguiu manter parte de seus feudos, castelos e bispados. Após a revolta da nobreza, o Sacro Império foi varrido por uma rebelião bem mais violenta, a guerra dos camponeses. O líder dessa rebelião foi Tomas Munzer, que pregava a reforma agrária e a igualdade social.
Em vez de apoiar a rebelião camponesa, Lutero condenou-a e propôs aos nobres protestantes e católicos uma união para esmagar o inimigo comum, que era os camponeses. Em maio de 1525, a rebelião foi esmagada: mais de cem mil camponeses foram mortos, inclusive Munzer. Mas suas pregações originaram a seita protestante dos anabatistas (quacker).
Dominada a revolta camponesa, os protestantes se reorganizaram para lutar contra o imperador, que na época era Carlos V, da poderosa família dos Habsburgos, senhor também da Espanha, Paises Baixos e parte da Italia. Os príncipes protestantes formaram em 1531 uma poderosa aliança militar para lutar contra as forças do imperador. A luta só terminou com a assinatura da Paz de Augsburgo, em 1555, que dava o direito de cada príncipe impor a sua própria religião em seu território, o que equivalia a uma derrota do imperador.
Da Alemanha o movimento luterano alcançou a região da Suecia e Noruega, dominadas então pela Dinamarca. Em 1523, a Suecia rebelou-se contra o domínio dinamarquês sob a liderança de Gustavo, que foi coroado primeiro rei da Suecia. Gustavo converteu-se ao luteranismo e apossou-se dos bens da igreja. O catolicismo praticante desapareceu do pais.

O Calvinismo

João Calvino era um estudioso de leis, formado pela universidade de Paris. Impregnado pelas ideias humanistas, aderiu ao movimento de reforma. Mas Paris , iniciaou uma intensa perseguição aos que se mostravam simpáticos aos ideais de Lutero. Calvino foi perseguido e por essa razão, foi obrigado a fugir para Genebra, na Suíça.
Foi lá que definiu seus conceitos religiosos e os publicou em 1536, sob o título de Instituições da Religião Cristã.
Seus ideais foram aceitos com facilidade pelos burgueses de Genebra e em pouco tempo a cidade caiu no poder de Calvino, que a governou com mão de ferro até a sua morte.
Todas as suas leis eram formuladas por uma congregação do clero e a moral pública e particular eram rigidamente controlada. Os divertimentos eram praticamente proibidos, só o trabalho era importante. Estes ideais eram perfeitos para uma classe que objetivava o acúmulo de riquezas.
O calvinismo difundiu-se por várias regiões da Europa, principalmente na Escócia, onde recebeu o nome de presbiterianismo. Na França, o calvinismo foi duramente perseguido.

A Reforma na Inglaterra: o Anglicanismo

Na Inglaterra quem dominava era a dinastia Tudor. Henrique VIII pretendia continuar a política de centralização de seu pai, mas encontrava na nobreza e principalmente na igreja católica um grande obstáculo.
Inicialmente Henrique VIII condenava o movimento reformista, mas em 1533 pediu a anulação de seu casamento, que foi negado pelo papa. Ele aproveitou o pretexto para romper com a igreja. O Parlamento inglês apoiou sua atitude e aprovou em 1534 o Ato de Supremacia que mantinha a igreja sob autoridade do rei. Nascia dessa forma, uma igreja nacional, independente de Roma, a Igreja Anglicana.
A Igreja Anglicana era igual a Católica, só que não reconhecia a autoridade do papa. Como nem católicos e nem protestantes concordavam com essa situação, o rei passou a perseguir os dois. A confusão só foi controlada, quando a rainha Isabel I subiu ao trono e oficializou o anglicanismo inglês como religião oficial em 1558.

Contra-Reforma ou Reforma Católica

A igreja católica estava bastante enfraquecida então os papas resolveram reagir a situação e impedir que a reforma protestante se expandisse ainda mais. Essa reação ficou conhecida como Contra-Reforma ou Reforma Católica.
Uma das primeiras ações da igreja católica foi restaurar o poder do antigo tribunal da Santa Inquisição, que julgava todos os que difundiam novas ideias religiosas, isto é, o protestantismo.
Além o Tribunal do Santo Ofício, como era conhecido a Inquisição, a igreja criou o Inex Librorum Proibitorum, uma lista de livros considerados proibidos para os católicos.
O Concílio de Trento, reunido desde  1545, formulou programas de novas formas de combater o protestantismo. Para isso os padres deveriam estudar o catolicismo a fundo, coisa que não ocorria anteriormente.
A igreja reforçou seu poder com novas ordens religiosas. Uma dessas foi a Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1534. Nascia assim a ordem dos jesuítas, como ficaram conhecidos seus integrantes.
Os jesuítas transformaram-se em educadores dos filhos da nobreza, para mantê-los fiéis ao catolicismo. Foram também responsáveis pela catequização dos indígenas das colônias espanholas e portuguesas na América.
A Companhia de Jesus fortaleceu o catolicismo dentro dos países que permaneceram fiéis à igreja católica.

A Pré-História


A pré-história corresponde a um longo período de 3,6 milhões de anos. Termina com o surgimento da escrita há 4 mil anos.
Pesquisas indicam que o ser humano surgiu na África há aproximadamente 4 milhões de anos. O estilo de vida nômade fez com que esses seres humanos migrassem para outras regiões do planeta.
Assim, em tempo e circunstância diferentes Europa, Ásia, Oceania e Américas, foram povoados.
O termo pré-história é motivo de discussão entre historiadores, arqueólogos e outros pesquisadores . Isto porque “pré” significa “antes” e isso da uma ideia que essas populações não faziam história. No entanto, ao transformar natureza, eles estavam fazendo história.
Alguns pesquisadores preferem usar o termo povos ágrafos, que quer dizer povos sem escrita.
O que aconteceu neste vasto período pode ser conhecido através do estudo dos fósseis, instrumentos, desenhos, restos de habitações e outros vestígios da vida humana. Para isso é necessário a cooperação de várias ciências, como a paleontologia (estudo dos fósseis) e a arqueologia (estudo dos vestígios materiais).
As etapas da evolução humana são:
  • Australupitecos, o mais antigo ancestral do homem. Viveu na áfrica há aproximadamente 3 milhões de anos.
  • Homo Habilis, inventou as primeiras ferramentas e viveu aproximadamente há 2 milhões de anos.
  • Homo Erectus, usava alguns instrumentos feitos de pedra e era um hábil caçador. Viveu há aproximadamente 1 milhão de anos.
  • Homo Sapiens, já era um artesão habilidoso e seus utensílios e mais eficientes que os anteriores. Viveu há aproximadamente 200 mil anos.
  • Homem de Neandertal, já possuía preocupações espirituais e noção de morte. Viveu há aproximadamente 100 mil anos e é uma ramificação do Homo Sapiens.

A pré-história se divide em três idades no decorrer da evolução humana, Paleolítico, Neolítico e Idade dos Mateis.
  • Paleolítico, também chamado de Pedra Lascada, abrange o período que vai de 4 milhões a 10 mil anos aproximadamente. A maior parte dos utensílios era feita com pedras. Eram nômades, viviam de caça e coleta, alimentavam-se basicamente de frutos, raízes, peixes e pequenos animais. Conforme os utensílios foram se aperfeiçoando passaram a caçar grandes animais, viviam em cavernas ou choupanas feitas de galhos e folhas, reproduziam cenas de caça nas paredes (pintura rupestre).

descoberta do fogo, significou uma enorme mudança nesse período
  • Neolítico, também chamado de Idade da Pedra, abrande o período que vai de 10 mil a 5 mil anos aproximadamente. Aprimoraram os utensílios de pedra. O homem não vivia mais só da caça, pesca e coleta. Passou a semear e aguardar a colheita. Surgiu a agricultura e a criação de animais. Tornaram-se sedentários. Surgiram as comunidades. Surgiu a cerâmica e com o excedente da produção agrícola, surgiu o comércio. O conjunto de mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas resultantes do surgimento da agricultura é denominado revolução agrícola ou revolução neolítica.
  • Idade dos metais é o último período da pré-história, abrange o período que vai de 6.000 a.C. a 4.000 a.C aproximadamente, neste período surgiu a metalurgia. O primeiro metal utilizado foi o cobre. Mais tarde o bronze, um metal mais duro. E com o uso de equipamentos e técnicas mais aprimoradas, o ferro, usado principalmente na fabricação de armas.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Revolução Russa

Sociedade Russa
Antes de 1917 a Rússia era governada por um czar, (dinastia dos Romanov) imperador que detinha poder absoluto. A grande maioria da população estava ligada direta ou indiretamente a terra
A maior parte da pequena indústria existente na Rússia encontrava-se na mão de estrangeiros.
A sociedade russa representava a forma de uma pirâmide. Na base havia os camponeses e operários, seguidos pelos burgueses, militares, clero, governantes e no topo a família real.

Causas da revolução
A situação da Russa se agravou após a guerra russo-japonesa de 1904 a 1905.
A crise aumentou o descontentamento de diversos grupos sociais contra o czar. Começam a surgir greves e protestos sempre combatidos duramente pela polícia imperial.
Em 9 de janeiro de 1905 (um domingo), na cidade de São Petersburgo, mais de mil manifestantes que levavam suas reivindicações ao czar, foram mortos a tiros de fuzil pela polícia. Esse episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento ou Domingo Vermelho.
O autoritarismo do czar, a derrota na guerra russo-japonesa, a crise econômica e a repressão imperial, foram fatores que contribuíram para a aceitação dos ideais socialistas.

Grupos políticos na Rússia
O Partido Operário Social-Democrático da Rússia, fundado em 1898 que tinha como base as convicções de Karl Marx. Em 1903 dividiu-se em duas corretes:
  • Bolcheviques (maioria), mais radical, liderados por Lenin. Em 1918 formou o chamado Partido Comunista.
  • Mencheviques (minoria), mais moderado e menos organizado liderados por Kerenski.


Partido Socialista Revolucionário, fundado em 1901, propunha um regime político socialista voltado para o campo, era o preferido dos camponeses.
Partido Constitucional Democrata, fundado em 1905, os integrantes eram conhecidos como kadets e era o partido preferido da burguesia, propunha um regime político semelhante às democracias ocidentais.

O desenrolar da revolução e suas fases
Em março de 1917 as greves e manifestações recebem o apoio do exercito e da polícia e obrigam o czar a abdicar do trono.
A Assembleia Constituinte foi convocada e formou-se um governo provisório chefiado por Alexandre Kerenski que entre outras reformas, deu direito de voto a toda população, mas fracassou, pois se tornou cada vez mais impopular.
Uma das causas dessa impopularidade era a insistência em permanecer na guerra contra a Alemanha e a falta de solução para os problemas econômicos e sociais da Rússia. Outro motivo para o fracasso era a disputa pelo poder por vários setores envolvidos na queda do czar. Burgueses, camponeses, operários e a nobreza liberal.
O governo provisório era liderado pelos burgueses com representantes das demais classes sociais. Os operários já estavam bem organizados e queriam uma revolução que causasse uma ruptura política e social que criasse uma nova ordem na Rússia.
Lenin Lider dos bolcheviques, defendia o fim da guerra, o fortalecimentos dos sovietes (conselhos formados por operários)  e a distribuição de terras para os camponeses. Lenin pautava suas propostas nas ideias de Marx. Ele foi perseguido e se exilou na Finlândia, de lá ele comandou o movimento dos bolcheviques que culminou em 1917.

O governo de Lenin
Em outubro de 1917 explodiu a revolução popular na capital de São Petersburgo. A guarda vermelha, braço armado dos bolcheviques, com apoio da polícia e do exército, ajuda o movimento a derrubar o governo de Kerenski. Lenin assume o poder e toma medidas para a implantação do comunismo.
O governo de Lenin confisca as terras da aristocracia e da igreja, abole a propriedade privada dos meios de produção como terras, minas e fábricas e coloca o comércio exterior e o sistema financeiro sob o controle do estado.
Em março de 1918 assina paz com a Alemanha. A Rússia perde territórios: Polônia, Ucrânia, Finlândia e Países Bálticos. Em seguida começa a guerra civil na Rússia.

A guerra civil de 1918
Os monarquistas, os burgueses e os setores que haviam sido derrotados pelos bolcheviques combatem o novo governo, são os chamados brancos. Brancos e Vermelhos entram em conflito.
As potências europeias, Inglaterra, França e o Japão apoiavam os brancos, eles tinham medo do que o comunismo se espalhasse pelo mundo, que a essa altura caminhava para o capitalismo. Um país tão grande como a Rússia era uma ameaça. Então apoiavam militarmente os brancos contra os vermelhos.
No campos, os kulaks (médios proprietários de terras) foram acusados de trair a revolução e executados. A família real foi fuzilada e a divisão das terras e cooperativas rurais não aliviaram a fome da população.
Lenin tentava combater a crise criando uma nova política econômica. Uma série de reformas de caráter capitalista e modernizador com o objetivo de acabar definitivamente com o que restava da economia feudal naquela época.
O partido comunista tem mais dois líderes disputando o poder, Trostsky e Stalin.
Trostsky acreditava na revolução permanente e que o socialismo deveria se espalhar também para os países capitalistas, caso contrário, esses países pressionariam a Rússia e a aniquilariam.
Stalin defendia o fechamento da revolução no plano nacional, para o fortalecimento e o desenvolvimento interno.

A ditadura de Stalin
Lenin falece em janeiro de 1924 aos 54 anos. Após a sua morte iniciou-se uma disputa ferrenhas dentro do Partido Comunista. Em 1938 Stalin assume o poder definitivamente, tornando-se um grande ditador na URSS.
 Stalin valeu-se da força policial para eliminar toda e qualquer forma de oposição, ou dissidência. Os próprios militantes do partido foram perseguidos e expurgados e a impressa do país tratava de exaltar a sua imagem à população como o “pai dos povos”.
Enquanto o mundo capitalista estava mergulhado numa grande depressão (crise de 1929) a URSS crescia vertiginosamente. A industrialização e coletivização foram desenvolvidas simultaneamente e levou a um crescimento de 200% da economia do país.