O Egito
A
civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano as margens
do rio Nilo, como a região é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo
ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via
de transporte de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram
utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias,
favorecendo a agricultura.
Na região
mais próxima ao mar Mediterrâneo, o rio Nilo forma um grande delta, cuja terras
eram muito férteis. Essa região ficou conhecida como BAIXO EGITO. A partir da
cidade de Mênfis na direção do sul, ficava o ALTO EGITO cuja terras
férteis constituíam uma estreita faixa ao longo do rio.
A história do Egito
divide-se em três grandes períodos: Antigo ou Alto Império, Médio Império e
Novo ou Baixo Império.
Antigo Império 3200 – 2000 a.C.
O primeiro
Imperador do Egito foi Menés que unificou o Alto e o Baixo Egito iniciando o
período conhecido como Antigo Império. A capital era a cidade de Tinis, mas com
a sucessão de faraós ao longo do tempo, a capital mudou para Menfis.
Neste
período foram construídas as Pirâmides de Quéops, Quefrem e Miquerinos. As
pirâmides são consideradas como grandes sepulturas destinadas aos faraós.
Tinham a finalidade de proteger o corpo do faraó, assim como seus pertences:
jóias, armas e alguns objetos; quanto maior fosse a pirâmide, maior seria a sua
glória. Os egípcios acreditavam na vida após a morte, por esta razão,
enterravam os faraós com os seus pertences, para que fossem utilizados pelo
mesmo em outra vida.
A religião
era politeísta, com cultos a Amon –Rá, Osíris, Ísis, Hórus e Set, além de
deuses menores.
Durante o
Antigo Império existiu uma grande centralização política, o que garantiu aos
seus comandantes o poder político, religioso e militar, dando status de deus ao faraó, o qual acreditavam
que tinham poder sob as cheias do Nilo, garantindo alimento a todos.
Ao longo
do tempo alguns faraós não apresentaram a mesma habilidade política que os
anteriores, o que proporcionou várias crises internas, possibilitando o
fortalecimento dos monarcas (líderes das tribos que compunham o Egito
conhecidas como “nomos”) e também dos sacerdotes que deixaram de respeitar o
faraó.
O Médio
Império. (2000 – 1750 a.C.)
Durante
este período, os faraós conseguiram novamente centralizar o poder e
estabeleceram na cidade de Tebas a nova capital. O destaque desta nova era são
as grandes obras de irrigação, que proporcionaram aumento na produção de
alimentos e uma certa tranqüilidade interna, o que durou até ocorrer a invasão
do hicsos, povo da Ásia Menor, que
utilizavam-se de cavalos, carros de guerra e armas de ferro desconhecidos
pelo egípcios. Nesse período, os hebreus também invadiram o Egito e passaram a
se localizar na região produtiva do delta do Nilo juntamente com os hicsos,
isolando a capital de Tebas.
O Novo
Império (1580 – 622 a.C)
O Novo
Império destaca-se num primeiro momento pelo movimento nacionalista/militar
liderado por Amósis I que culminou na expulsão dos hicsos e na escravização dos
hebreus até 1250 a.C., período relatado no livro do Êxodo.
Neste
período nota-se uma documentação um pouco maior devido à proximidade temporal,
o que não significa que poderemos relatar toda esta fase. Abaixo segue um
pequeno resumo sobre alguns faraós que se destacaram neste período:
Tutmés III
: ampliação do Império.
Ramsés II
: ampliação do Império, derrotou os hititas, povo que vivia ao norte da
Palestina, a sua vitória possibilitou a aquisição de riquezas para as
construções dos templos de Luxor e Karnac.
Amenófis
IV ou Amen-hotep IV: para anular o poder dos sacerdotes que voltava a crescer e
minimizava o poder do faraó, Amenófis IV instituiu o culto monoteísta ao deus
Aton, “circulo solar”, realizando uma grande reforma religiosa, descontentando
os sacerdotes. Para fortalecer o seu poder, o Faraó mudou a capital para
Tell el-Amarna, e nomeou-se o único mestre religioso, mudando seu nome
para Akhenaton. Era casado com a rainha Nefertiti ou Nefertire e juntos,
lideraram o culto monoteísta desafiando os sacerdotes e, apesar da resistência,
conseguiram um grande número de adeptos em todo o Egito. Sobre essa questão, é
importante ressaltar que é possível encontrar em algumas fontes informações que
sugerem que a rainha poderia ter governado o Egito como Rainha Faraó após a
morte do esposo, sendo obrigada a restabelecer o politeísmo. Tal hipótese não é
aceita amplamente pelos egiptólogos e a tese mais aceita é a de que a rainha
teria falecido no parto do filho Tutankhaton e o Faraó teria se casado
novamente. Infelizmente muitos documentos que remontam a este período foram
perdidos ou destruídos ou para os mais esperançosos, ainda não foram encontrados
pela arqueologia. Com a morte de Akhenaton os sacerdotes obrigam Tutankhaton a
mudar o seu nome para Tutankhamon e restabelecem o politeísmo. A mudança nas
últimas letras simbolizaria o culto a “Aton – monoteísta” e a “Amon –
politeísmo” relembrando Amon-rá e os outros deuses. Tutankhamon ainda tentou
restabelecer o monoteísmo, mas foi impedido pelos sacerdotes.
A
sociedade estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a autoridade
máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Os escravos também
compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em
guerras. Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e
comida.
A escrita também
foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de idéias,
comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas principais de escrita:
a demótica (mais simplificada) e a hieroglífica (mais complexa e formada por
desenhos e símbolos).
A
economia era baseada principalmente na agricultura que era realizada,
principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o
comércio de mercadorias e o artesanato.
A
religião era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na
existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser
humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As
oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como
objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem
nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus
protetor e templos religiosos em sua homenagem.
Como
acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós
colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo.
Essa civilização destacou-se
muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na
área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na matemática,
os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre
o funcionamento do corpo humano.
Na
arquitetura destacam-se a construção de templos, palácios e pirâmides.
Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós.
Grande parte delas eram erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando
mão-de-obra escrava. As pirâmides e a esfinge de Gizé são as construções
mais conhecidas do Egito Antigo.
A Mesopotâmia
A
Mesopotâmia abrigou as primeiras sociedades conhecidas e era localizada entre
os rios Tigre e Eufrates.
Nessa
região viveram vários povos como sumérios, babilônios, acádios e etc., esses
povos adaptaram-se a esse lugar construindo diques e barragens para se defender
das cheias dos rios.
Organizaram-se
em aldeias onde havia a divisão do trabalho em grupos, essas aldeias deram
origem as primeiras cidades, onde ainda era preservada a vida rural, misturando
o espaço urbano com regiões de pastoreio.
Os
mesopotâmicos eram politeístas e as decisões nessas cidades eram tomadas pelos
grupos mais poderosos: os sacerdotes, o rei e sua corte.
Além das
funções religiosas os sacerdotes também exerciam atividades econômicas, com as
oferendas recebidas pelos fiéis acumularam rico patrimônio, e para controlar
essas finanças começaram a desenvolver um sistema de escrita e numeração.
A escrita
dos povos sumérios é a que possui a mais antiga datação, e os primeiros sinais
dessa escrita era pictográfico, que consistiam em desenhos figurativos do
objeto representado, mas que com o passar do tempo começaram a representar os
sons da fala humana, e a registrar com estilete em forma de cunha na argila.
Na
Mesopotâmia também se desenvolveram os primeiros “códigos de justiça” escritos,
onde se destaca o de Hamurábi com 280 códigos, onde encontramos o principio do
talião que diz que a pena não seria uma vingança arbitrária, mas proporcional à
ofensa provocada pelo criminoso, essa pena podia ser revertida em uma recompensa
econômica como gado, terra, armas e etc.